Defina logo no começo do ano as ações que vão garantir a alfabetização, reduzir a repetência e acabar com a evasão. E descubra como a equipe gestora de três escolas alcançaram esses objetivos
Verônica Fraidenraich
NOVA ESCOLA
Nesta época, em que a equipe gestora começa a pensar no planejamento de 2012, que tal preparar de vez a estrutura necessária para assumir esses desafios e garantir os materiais para que essas metas sejam alcançadas? Assumir esses compromissos e fazer com que eles se concretizem em um ano não é tarefa impossível. Quer ver? Em 2009, Amarildo Reino de Lima, então diretor do CEF 427, em Samambaia, a 45 quilômetros de Brasília, recebeu o título de Gestor Nota 10 no Prêmio Victor Civita por ter realizado um projeto para acabar com a distorção idade/série e, por tabela, com a repetência. "O importante é estabelecer etapas a serem cumpridas a curto, médio e longo prazo, que permitam um acompanhamento periódico e possibilitem ajustes ao longo do ano."
Problemas recorrentes exigem ações firmes e contínuas
A evasão, a repetência e a não-alfabetização no tempo correto são tão comuns no Brasil que têm estado presentes nos últimos Planos Nacionais de Educação (PNE). O que expirou em 2010 pretendia a redução em 50% das taxas de abandono e repetência, o que foi cumprido em parte: o abandono foi reduzido conforme o planejado, mas a reprovação aumentou de 11 para 12,1% no mesmo período. No novo plano que tramita no Congresso Nacional - e será o norte da Educação brasileira até 2020 -, o tema reaparece em estratégias relacionadas às metas de garantir o atendimento escolar para a população de 15 a 17 anos, sugerindo programas e ações de correção de fluxo por meio de aulas de reforço e estudos de recuperação.
A alfabetização continua sendo uma prioridade e reaparece no novo PNE com a mesma meta do anterior: ter todos os alunos alfabetizados até o 2º ano do Ensino Fundamental. Dados da Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização (Prova ABC) - feita pela primeira vez em 2011, numa parceria do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) com entidades da sociedade civil - mostra que apenas 56,1% dos alunos do 3° ano aprenderam o que era esperado em leitura e escrita.
Com esse quadro preocupante, o gestor pode resolver os problemas da instituição que dirige? Sim, pois existem informações para iniciar esse processo ao seu alcance. Afinal, as notas das avaliações feitas pelos professores e os dados de alunos reprovados e dos que abandonaram a escola estão nos arquivos da secretaria. "É preciso mudar o foco, deixando de ser a escola que ensina para se tornar a que garante o aprendizado", relata Priscila Cruz, diretora executiva do Movimento Todos pela Educação. "O primeiro passo é revisar o projeto político-pedagógico (PPP) e envolver toda a equipe no trabalho", diz Renata Frauendorf, consultora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo.
Para ajudá-lo nessa tarefa, conheça a experiência de três escolas públicas que priorizaram essas metas e as ações que você, gestor, pode discutir com o grupo e assegurar grandes conquistas em 2012.
- 1Problemas recorrentes exigem ações firmes e contínuas
- 2Foco na leitura e na escrita para garantir a alfabetização
- 3Apoio pedagógico e atividades no contraturno para zerar a evasão
- 4Investimento em reforço e acompanhamento para reduzir a repetência
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